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Dolby Atmos: como funciona, em detalhes

1 de novembro de 2017

Lançado oficialmente há três anos, Dolby Atmos (o termo vem de “atmosphere”) representa uma das inovações mais importantes no áudio desde a introdução do surround. Pode parecer exagero, mas o Atmos tem futuro promissor: os sons se movem em torno dos ouvintes dentro de um espaço tridimensional, capaz de realçar o realismo com caixas menos visíveis.

Com o som vindo de caixas acústicas frontais, central e surround, agora se pode ter áudio por cima da cabeça, ou seja, na área mais alta do ambiente. Engenheiros de mixagem passam a ter mais liberdade de colocar sons individuais em qualquer lugar acima e ao redor dos ouvintes, e no plano vertical, resultando em uma experiência muito mais imersiva do que o surround tradicional, baseado em canais horizontais.

Baseado na ideia de objetos de áudio (object-based), no Dolby Atmos qualquer som pode ser mixado como um elemento individual no espaço – com largura, altura e profundidade. Metadados descritivos acompanham cada trilha sonora, especificando a localização e o movimento exatos de cada som. Um receiver equipado com processador Atmos é capaz de ler esses dados com informações sobre o sinal – que pode estar destinado a até 34 canais; caixas acústicas bem posicionadas instaladas ajudam a recriar tudo com maior precisão.

No áudio tradicional, o cineasta decide quais caixas devem reproduzir os sons criados para cada cena; no Atmos, eles determinam exatamente onde o áudio irá se originar e se mover à medida que a ação se desenvolve. O sobrevoo de um helicóptero, uma alarmante tempestade, assobios de pássaros numa floresta etc… os sons acompanham toda a atmosfera naquele momento, ampliando a sensação de realismo e envolvimento.

Mas, atenção: não adianta sair instalando caixas no teto e achar que terá todos esses efeitos, como já ouvimos sugestões de alguns leitores. Outras tecnologias de áudio – mesmo aquelas que adicionam informações de altura, como Dolby Pro Logic IIz e Audyssey DSX – não criam esses efeitos sonoros.

Dolby Atmos suporta até 128 “objetos” de áudio independentes e simultâneos, mas muitos desses sons são estacionários e reproduzidos através de todas as caixas, como efeitos ambientais ou fundo musical. O conteúdo masterizado inclui os detalhes da trilha sonora codificados para localização em um espaço tridimensional. Esses detalhes podem ser reproduzidos com caixas instaladas no teto ou com “módulos Atmos” instalados sobre caixas convencionais (veja este teste). Dependendo do tamanho da sala, é possível obter efeitos mais preciso com maior quantidade de caixas acústicas.

EQUIPAMENTOS

Quase todos os fabricantes de receivers dispõem de uma linha variada com Dolby Atmos, incluindo modelos básicos, de 7.1 canais, ou 5.1.2, onde o “2” se refere aos dois canais no teto. Há ainda modelos com 11 canais de amplificação, o que permite configurações até 7.1.4.

A codificação Atmos vem “empacotada” em processador Dolby TrueHD (no caso de trilhas de filmes em Blu-ray) ou Dolby Digital Plus (se for de conteúdos por streaming), permitindo obter os efeitos mesmo com um Blu-ray player convencional, desde que ligado a um receiver Atmos via HDMI. Basta ir ao menu do player e selecionar a saída de áudio como Bitstream (fluxo digital). Se o disco possui codificação Atmos e o receiver ainda não estiver preparado, o processamento será realizado em Dolby TrueHD 5.1 ou 7.1 canais, dependendo da trilha.

Para quem não quer instalar caixas de teto, ou tem sala com pé-direito irregular (acima de 4m30 ou abaixo de 2m30), fabricantes como Definitive Technology e Klipsch produzem caixas preparadas para Dolby Atmos e módulos complementares. A alimentação é separada como se fosse para canais diferentes; os falantes são voltados para cima, a fim de refletir as ondas no teto, chegando aos ouvintes como som aéreo.

CONFIGURAÇÕES

Qualquer sistema Atmos requer, ao menos, duas caixas de teto, ou modelos preparados para Atmos. Para que os sons localizados sejam mais precisos e realistas, a Dolby recomenda o uso de quatro caixas adicionais. Em geral, caixas de embutir oferecem melhor percepção dos efeitos espaciais e não dependem tanto da acústica do ambiente. Vale lembrar que todos os receivers Atmos trazem saídas para dois subwoofers, possibilitando completar o impacto dos efeitos em grandes ambientes.

Clique aqui para ver dicas de instalação atualizadas para sistemas Atmos, fornecidas pela própria Dolby.

E veja neste link um guia animado para ajuste correto de um sistema Dolby Atmos.

FILMES E SÉRIES COM DOLBY ATMOS

Game of Thrones (6ª Temporada)

Pets: A Vida Secreta dos Bichos

Star Trek: Sem Fronteiras

Esquadrão Suicida

Sully: O Herói do Rio Hudson

Jack Reacher 2 – Sem Retorno

Sing – Quem Canta Seus Males Espanta

Gravidade (edição especial)

Missão Impossível: Nação Secreta

Terremoto: A Falha de San Andreas

Mad Max: Estrada da Fúria

O Exterminador do Futuro: Gênesis

Sniper Americano

Peter Pan

As Tartarugas Ninjas

No Coração do Mar

Invencível

Evereste

Batman vs. Superman

Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos

Labirinto: A Magia do Tempo

A Lenda de Tarzan

Transformers: A Era da Extinção 

*Texto publicado originalmente na revista HOME THEATER & CASA DIGITAL

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